sábado, 12 de março de 2011

Menos uma cavaleira...

Já não somos dezassete cavaleiros, mas sim dezasseis. A nossa Maria deixou-nos em Janeiro, com muita pena nossa. A propósito, escrevemos um texto colectivo sobre integração - para ser publicado na próxima edição do jornal do Agrupamento, que fala dessa experiência. Quase uma homenagem! Aqui fica...


UMA EXPERIÊNCIA DE INTEGRAÇÃO
Na nossa turma tivemos uma aluna de etnia cigana. Ao início, ela era muito tímida e faltava bastante à escola. Raramente a ouvíamos falar. Estava sempre no seu canto nos intervalos ou a tomar conta das irmãs mais novas e nunca participava em nada, brincadeira ou actividade de escola.
Percebemos passado algum tempo que tínhamos muito para aprender e para ensinar à Maria. Ela faz uns desenhos maravilhosos que quase sempre são os melhores. Prometeu-nos uma aula de desenho e pintura a todos. Era a secretária da professora e isso fê-la sentir bem e ficou mais desinibida. Participava mais nas aulas e não falhou nenhuma actividade da escola no primeiro período.
Apesar de no início não a compreendermos muito bem, aprendemos todos a ouvi-la com mais atenção. Contou-nos histórias no “Momento Ler e Mostrar ”, apresentou trabalhos e nos trabalhos de grupo todos queriamos fazer com ela, porque era a mais organizada e empenhada.
Ensinou-nos muitas coisas da cultura dela e todos gostámos de aprender mais sobre a vida cigana. As coisas que mais gostámos foram das tradições das festas, casamento e Natal, que duram muitos dias e têm sempre muitas pessoas. A experiência foi muito boa, mas infelizmente a Maria foi embora no início deste 2º Período. Com muita pena nossa…
Texto colectivo
 3º ano
EB1 de Aljubarrota
Desenho da Maria sobre o seu Natal, com uma referência especial ao número de pessoas que fizeram parte da festa - 35; e do tempo que a festa durou - 5 dias. Orgulho cigano!

2 comentários:

  1. realmente é um orgulho fazer transportar uma criança cigana para a nossa cultura e saber socializar connosco, mas é pena que os mais velhos não pensem assim, por isso à tanta discriminação.

    A união familiar é um exemplo que nós muitas vezes gostariamos de ter e não existe.

    Boa Sorte para a Maria.

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  2. Os estereotipos que a sociedadecriou desenvolveram como que uma "barreira" entre a nossa cultura e a cultura cigana. Todos aprendemos muito com a Maria e ela também connosco. É preciso que queiramos aprender, ouvir e mostremos disponibilidade e receptividade. Esta Maria é uma menina muito esp+ecial. Para a cultura dela, uma senhora, à beira dos 14 anos...

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